Caros irmãos e irmãos, devotos de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Entrando pelo bosque da Palavra de Deus contemplamos a face da compaixão de Jesus e manifestamos nossa comunhão com a Semana da Solidariedade, proposta pela Arquidiocese de Curitiba para celebrar a Dia Mundial do Pobre, instituído pela Papa Francisco, em 2016. O Dia do Pobre, neste final de semana, não é comemoração. No dizer do Papa, ‘ninguém comemora a pobreza, mas celebra-a em forma de denunciar a exclusão social’.

Ao falar em compaixão, o Evangelho que nos foi proposto (Lc 17,11-19) descreve Jesus “caminhando para Jerusalém” (Lc 17,11). Lucas é um evangelho atraente, profundo, elegante. Sempre relata Jesus a caminho. Isto porque, a vida se faz caminho, se redefine no caminhar, ganha seus contornos caminhando. Em Lucas, por exemplo, Jesus é o caminho para a misericórdia do Pai, aonde, no encontro com as pessoas, se revelam a face da compaixão de Deus e o rosto da misericórdia do Pai. Na trilha da misericórdia – destaca Lucas – também somos transportados para a espiritualidade do nosso espaço interior, buscando cada vez educar-nos para a compaixão. No caminho da compaixão, segundo o Evangelho, nos construímos na relação com as pessoas, sobretudo, os pobres.

No seu caminho, “Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro” (Lc 12,11-12). A lepra, no tempo de Jesus, era fator de exclusão, de preconceito tanto do ponto de vista social quanto religioso. Das profundezas da exclusão, os leprosos pedem compaixão: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” (Lc 12,13). A compaixão é um sentimento nobre, divino. Compaixão significa ‘sofrer com’, isto é, assumir a causa de alguém que sofre. Deslocar-se de si e ir ao encontro do outro. A compaixão cura e revela a doce forma da solidariedade. Jesus, movido de compaixão, quebra as barreiras da exclusão e os curou. “Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados” (Lc 12,14). Da ação libertadora de Jesus, brotou do coração de um dos leprosos a gratidão. “Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz” (Lc 12,15). A gratidão reflete o interior do nosso coração e refunda a nossa fé. A melodia da gratidão canta o reconhecimento da grandeza de Deus. Que a Mãe do Perpétuo Socorro, a quem fundamentou sua vida e missão na compaixão de Deus, inspire nosso coração.

Missionário Redentorista, Padre Francisco Santos Lima

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