“A eucaristia constrói a igreja”
Diocese de Ponta Grossa.
Aproximadamente duas mil pessoas participaram do Encontro Diocesano dos Ministros Extraordinários da Comunhão e da Esperança (Meces) realizado no domingo (12), na matriz da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Telêmaco Borba. Marcado para acontecer a cada três anos, o Encontro não se efetivava desde 2017 devido a pandemia. Em sua oitava edição, a reunião dos ministros e ministras contou com palestras, com os padres Wagner Oliveira e Marcelo Rodrigues do Carmo e Santa Missa presidida pelo bispo Dom Sergio Arthur Braschi e concelebrada pelo padre Primo Aparecido de Hipólito.
Sobre a missão de um ministro extraordinário da Comunhão e da Esperança, Dom Sergio disse, em sua homilia, se tratar de um espírito missionário. “Espírito que deve estar presente em toda a Igreja e, particularmente, naqueles que têm essa vocação de ser ministra ou ministro. Que eles agora, nesse tempo, especialmente, de preparação para o centenário, revendo a história das comunidades, possam ir ao encontro daquelas pessoas de mais idade que, no passado, se dedicaram e hoje estão sem condições de poder vir à igreja. Assim, os ministros vão até onde estão, levam a Santa Comunhão, levam uma Palavra, semanalmente, para demonstrar a gratidão da nossa Diocese”, afirmou o bispo, lembrando que, pelos dados divulgados no último Censo Demográfico, cresce cada vez mais o número de pessoas em idade avançada e, às vezes, os que ultrapassam os cem anos. “Que Deus abençoe cada um e que continuem sendo bem acolhidos pela Igreja”, orientou Dom Sergio.
O último Encontro Diocesano dos Ministros Extraordinários da Comunhão e da Esperança se realizou em 2017, em Ponta Grossa. Apesar de estar programado para 2020, o evento não aconteceu devido a pandemia. Nesta oitava edição, o Encontro teve como tema ‘Eucaristia constrói a Igreja’, e, o lema ‘ Eu sou o pão da vida, aquele que vem a mim, jamais terá fome, aquele que crê em mim nunca terá sede’ (Jo 6, 35). O pároco da Nossa Senhora de Fátima, padre Primo Aparecido de Hipólito, citou a suspensão do Encontro. “Penso que há toda essa tristeza que ficou para trás….Esse novo oitavo Encontro foi uma superação de todo o medo sentido na pandemia. Para mim, uma alegria celebrar esse momento, o primeiro, porque nunca estive celebrando. O último aqui foi em 2014, com padre, hoje, Dom Henrique (Aparecido de Lima, bispo de Dourados/MS). Eu cheguei em 2015. Estava ansioso para acolher a todos. Estou muito feliz por poder viver este momento em nome da paróquia, da Diocese. Foi um momento de muita comunhão”, dizia o pároco.
Segundo padre Primo, o importante em ser ministro é fazer comunhão a partir da Eucaristia. Fazer Igreja a partir da Eucaristia. “Dom Sergio frisou muito isso. As palavras de São João Paulo II que não há Igreja sem Eucaristia e não há Eucaristia sem Igreja. Em qualquer lugar em que estiver, o ministro precisa criar essa comunhão. Às vezes, se pensa que o ministro é só distribuir a comunhão. Não. Tem que ser esse caminho de comunhão para com as pessoas a quem distribui a comunhão na igreja, seja aos doentes, e essa comunhão no dia a dia como ele é chamado a ser”, afirmou. Para o coordenador diocesano dos Meces, Marco Aurélio Dias, o sentimento era de dever cumprido. “É uma responsabilidade muito grande organizar tudo. Apesar de ser um único dia, dá trabalho e exige muito de todos. Tive muita ajuda dos paroquianos aqui da Nossa Senhora de Fátima, que trabalharam com afinco. Gostaria de lembrar também os ministros que já faleceram, os que participaram desse apostolado e não estão mais entre nós. Que sempre a gente possa lembrar deles em nossas orações”, destacou.
Percepções
O objetivo primeiro do Encontro foi propiciar um momento de formação aos ministros e ainda estimular a confraternização. Atualmente, a Diocese de Ponta Grossa conta com perto de quatro mil ministros extraordinários da Comunhão e da Esperança. Andréia Chempceke Matoso, da Paróquia São Francisco de Assis, de Ponta Grossa, afirmava ser gratificante participar com tantas comunidades de toda a Diocese. “Muito bom o convívio com tantas pessoas, tantas realidades. Depois, missa com o bispo, que também traz uma alegria, uma esperança, um novo ardor para a nossa caminhada”, avaliava, citando que o marido, Luiz Sergio Matoso, também é ministro. “Fazemos visitas para dez doentes e idosos. É uma responsabilidade muito grande saber que estão esperando todo o mês, muitas vezes, ansiosos, muitos esquecidos, não recebem a Eucaristia, e você, como servidor, vai até eles e leva Jesus, leva a esperança. Lembro de uma senhora que estava fazendo tratamento contra um câncer e estava muito debilitada. Depois, ela testemunhou como receber a Eucaristia, os sacramentos da confissão, da unção dos enfermos, como isso a renovou e fortaleceu para encarar o tratamento”, contou. O casal é ministro desde outubro de 2021.
Aparecida Inês Aniceto de Andrade, da Comunidade São Judas Tadeu, na Paróquia Imaculada Conceição, de Carambeí, foi ministra por 16 anos, ficou quatro anos sem servir e voltou há sete anos. “Gosto muito de todo o ‘servir’, mas, principalmente, das visitas aos doentes. É uma doação da gente, tiramos o tempo que não temos para servir aquele que precisa. Me sinto muito feliz. Pensei em sair por causa do tempo em que já estou, mas, aí, lembro o que o (falecido) padre Márcio Milek me disse uma vez: que quando se faz de coração, não tem prazo de validade. Falou isso dentro da minha casa e guardo para sempre no coração”, argumenta. Para a ministra, o Encontro foi bem construtivo. “Sempre venho e cada vez ouço coisas diferentes; as mesmas coisas, mas ditas de maneiras diferentes, que mexem com a gente. Se faz novas amizades, se adquire conhecimento sobre o modo de agir com os irmãos que necessitam”, ressaltou.
“Ser ministra é vida, é tudo. É muito bom servir. O Encontro é importante, se aprende muito. E os padres que falaram usaram uma linguagem simples, que entende. Foi muito bom”, elogiava Glaci Cionki Costa, da Paróquia Menino Jesus, de Reserva, ministra há cinco anos.
Jubileu
A Paróquia Nossa Senhora de Fátima estará festejando, no próximo dia 19 de dezembro, os 25 anos de ordenação sacerdotal do padre Primo Aparecido de Hipólito. O padre foi ordenado por Dom Murilo Sebastião Krieger em Paranacity, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Padre Primo conheceu a Congregação do Santíssimo Redentor, os Redentoristas, em 1988 e, em 1989, iniciou sua caminhada vocacional.
“A congregação foi fundada por Santo Afonso Maria de Ligorio em 1732. Dia 9 de novembro completou 291 de fundação. Se você quer conhecer o missionário redentorista, a vida religiosa masculina, me procure, procure o site dos redentoristas. Temos um promotor vocacional que vai visitar os jovens e ajuda a fazer o caminho vocacional”, convidou padre Primo. Inclusive, dias 1º, 2 e 3 de dezembro, haverá estágio para os novos vocacionados e que estarão entrando na Faculdade de Filosofia ano que vem, ingressando na vida redentorista, contou o sacerdote que tem um irmão que é padre diocesano em Maringá e que vai estar presente na celebração de seu jubileu de prata. “É uma alegria muito grande poder celebrar esses 25 anos”.
Fonte AssCom Diocese de Ponta Grossa
Fotógrafo AssCom Diocese de Ponta Grossa